Daí a
necessidade de conhecer o objetivo da caçada intensiva feita pelos sindicatos,
às principais jazidas de minério de ferro
“A questão de
minério de ferro foi objeto de numerosos relatórios em diversas línguas. No
mínimo quatro grupos de nacionalidades fizeram estudos mais ou menos completos
sobre as jazidas. Foram estudos superficiais, indicações destinadas a formar
uma opinião quanto ao valor industrial das jazidas, cujo preço ridículo de suas
aquisições não exigia mais do que aprender a sua extensão superficial.”
“Nenhum estudo
se fizera quanto à exploração para a indústria siderúrgica do Brasil, mas, no
entanto, quanto a exportação outro tanto não aconteceu, já em relação a
preferência por essa ou aquela região,já em relação ao problema de transporte
de minério de ferro.”
Preferência
pela região do Rio Doce – os dois grupos Inglês e Americano voltaram suas
vistas para a zona de Itabira do Mato Dentro, por três motivos: primeiro,
porque, conhecedores da comunicação apresentada por Derby e Gonzaga ao
Congresso de Stolckolmo, sabiam que a reserva atual das jazidas de minério de
ferro de Itabira era computada em 528 milhões de toneladas; segundo, porque
essa reserva estava concentrada em extensão relativamente pequena; terceiro,
porque Itabira seria o ponto terminal da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que
atravessa a região do rio Doce.
O grupo
Inglês, constituído, a princípio, por Baring Brothers, Cecil Rhodes, E. Cassel,
Decandolle e C. Rotschilde, associados entre si, adquirem, em 1910, as três
jazidas – Caué, Conceição e Santa Anna, cujas reservas eram estimadas em 328
milhões de toneladas de minério, pela insignificante quantia de 400 contos de
réis. Posteriormente, adquirem a do Giráo por 100 contos de réis. Esse grupo
organiza a Companhia Itabira Iron Ore Company, Limited, transferindo á mesma as
propriedades adquiridas, constituindo capital social, por 2800 contos de réis,
devendo a Companhia pagar, anualmente, ao grupo um royalty de 1 schiling por
tonelada de minério exportado, até um milhão de toneladas por ano.
A Companhia
Itabira Iron Ore estuda as possibilidades de transporte pelo vale do rio Doce,
isto é, pela E.F.V.M ao porto de Vitória, e, bem assim estuda as condições que
esse porto, ofereceriam aos navios arqueando 15.000 toneladas e calado de 9 metros .
Desses últimos
estudos, encarrega o conhecido engenheiro Sulleiry, que chegou a conclusão de
que o porto de Vitória permitia acesso a grandes navios de 20.000 toneladas e
de 10 metros
de calado.
Estudando a
Companhia a capacidade de transporte da E.F.V.M para um transporte anual de
3.000.000 de toneladas, verificou que só seria possível melhorando as condições
técnicas da linha férrea e fazendo a
tração elétrica.
Estuda a
possibilidade de construção de outra estrada de ferro destinada a exportação de
minério, fora da zona da E.F.V.M, e chega a conclusão de que toda e qualquer
traçado seria pelo vale do rio Doce, em zona de privilégio da E.F.V.M.
Nessas
condições, a exportação só seria possível pela E.F.V.M, ou por uma estrada
construída mais ou menos paralelamente á essa, desde que a Companhia E.F.V.M
nisto acordasse.
Habilmente age
a Itabira Iron Ore, adquirindo 47.000 ações (a maioria) da Companhia E.F.V.M.
Acionista
dessa Companhia, com ela acorda no transporte anual de 3.000.000 de toneladas
de minério a 8 réis por tonelada kilometro, porque conhecia os termos de
modificação, de 1909 do contrato dessa Companhia com o Governo Federal,
modificação que obrigava a Companhia E.F.V.M a melhorar as condições técnicas da linha, a fazer a tração elétrica,
aparelhar a estrada ara o transporte anula de 3 milhões de toneladas a 8 réis
por tonelada kilometro, garantindo o Governo juros de 7% sobre 24 contos de
réis (ouro) por kilometro de trecho de tração elétrica, devendo a Companhia, em
Aimorés, estabelecendo fornos elétricos de redução e refino.
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