segunda-feira, 24 de abril de 2017

HISTÓRIA DA CONSTITUIÇÃO DA ITABIRA IRON ORE COMPANY, LIMITED - PARTE 3

Daí a necessidade de conhecer o objetivo da caçada intensiva feita pelos sindicatos, às principais jazidas de minério de ferro
“A questão de minério de ferro foi objeto de numerosos relatórios em diversas línguas. No mínimo quatro grupos de nacionalidades fizeram estudos mais ou menos completos sobre as jazidas. Foram estudos superficiais, indicações destinadas a formar uma opinião quanto ao valor industrial das jazidas, cujo preço ridículo de suas aquisições não exigia mais do que aprender a sua extensão superficial.”
“Nenhum estudo se fizera quanto à exploração para a indústria siderúrgica do Brasil, mas, no entanto, quanto a exportação outro tanto não aconteceu, já em relação a preferência por essa ou aquela região,já em relação ao problema de transporte de minério de ferro.”
Preferência pela região do Rio Doce – os dois grupos Inglês e Americano voltaram suas vistas para a zona de Itabira do Mato Dentro, por três motivos: primeiro, porque, conhecedores da comunicação apresentada por Derby e Gonzaga ao Congresso de Stolckolmo, sabiam que a reserva atual das jazidas de minério de ferro de Itabira era computada em 528 milhões de toneladas; segundo, porque essa reserva estava concentrada em extensão relativamente pequena; terceiro, porque Itabira seria o ponto terminal da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que atravessa a região do rio Doce.
O grupo Inglês, constituído, a princípio, por Baring Brothers, Cecil Rhodes, E. Cassel, Decandolle e C. Rotschilde, associados entre si, adquirem, em 1910, as três jazidas – Caué, Conceição e Santa Anna, cujas reservas eram estimadas em 328 milhões de toneladas de minério, pela insignificante quantia de 400 contos de réis. Posteriormente, adquirem a do Giráo por 100 contos de réis. Esse grupo organiza a Companhia Itabira Iron Ore Company, Limited, transferindo á mesma as propriedades adquiridas, constituindo capital social, por 2800 contos de réis, devendo a Companhia pagar, anualmente, ao grupo um royalty de 1 schiling por tonelada de minério exportado, até um milhão de toneladas por ano.
A Companhia Itabira Iron Ore estuda as possibilidades de transporte pelo vale do rio Doce, isto é, pela E.F.V.M ao porto de Vitória, e, bem assim estuda as condições que esse porto, ofereceriam aos navios arqueando 15.000 toneladas e calado de 9 metros.
Desses últimos estudos, encarrega o conhecido engenheiro Sulleiry, que chegou a conclusão de que o porto de Vitória permitia acesso a grandes navios de 20.000 toneladas e de 10 metros de calado.
Estudando a Companhia a capacidade de transporte da E.F.V.M para um transporte anual de 3.000.000 de toneladas, verificou que só seria possível melhorando as condições técnicas da linha férrea  e fazendo a tração elétrica.
Estuda a possibilidade de construção de outra estrada de ferro destinada a exportação de minério, fora da zona da E.F.V.M, e chega a conclusão de que toda e qualquer traçado seria pelo vale do rio Doce, em zona de privilégio da E.F.V.M.
Nessas condições, a exportação só seria possível pela E.F.V.M, ou por uma estrada construída mais ou menos paralelamente á essa, desde que a Companhia E.F.V.M nisto acordasse.
Habilmente age a Itabira Iron Ore, adquirindo 47.000 ações (a maioria) da Companhia E.F.V.M.

Acionista dessa Companhia, com ela acorda no transporte anual de 3.000.000 de toneladas de minério a 8 réis por tonelada kilometro, porque conhecia os termos de modificação, de 1909 do contrato dessa Companhia com o Governo Federal, modificação que obrigava a Companhia E.F.V.M a melhorar as condições  técnicas da linha, a fazer a tração elétrica, aparelhar a estrada ara o transporte anula de 3 milhões de toneladas a 8 réis por tonelada kilometro, garantindo o Governo juros de 7% sobre 24 contos de réis (ouro) por kilometro de trecho de tração elétrica, devendo a Companhia, em Aimorés, estabelecendo fornos elétricos de redução e refino.

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